segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

EU.

Quero sorrir sozinho. Ser independente dos gestos dos outros, conquistar a felicidade apenas estando bem comigo, sem precisar das palavras reconfortantes de alguém, ou daqueles elogios que, por vezes, são ditos só para nos fazer sentir melhor.
Preciso, mais do que nunca, do meu espaço, do meu tempo, da minha solidão. Preciso não ter de me preocupar com o outro, focar-me apenas em mim. Quero tanto ser egoísta, e encontrar a calma e paz sem buscar a ajuda dos outros. Há muito tempo que não sentia esta necessidade, e há algum que não tinha também oportunidade, ou assim parecia.
Antes de mais tenho de me concertar, e, só depois de estar tudo no lugar certo, posso rearranjar a minha vida e tudo o que dela faz parte.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Quatro letras, uma palavra.

O campo do amor é demasiado atribulado. Ora estás bem, ora estás péssimo. Num dia acordas com um enorme sorriso na cara, ao fim deste derramas litros de lágrimas. Apaixonas-te em segundos, demoras um período infinito de tempo para recuperar o coração estilhaçado. Sentes-te desafortunado sozinho, sentes-te mal com alguém.
Mas não é tão certo assim, pois não? Há aqueles momentos que guardas na memória e que te obrigam a dizer “Vale a pena”, aqueles pequenos momentos, que parecem durar uma eternidade quando (re)pensas neles, preenchidos com uma alegria tão grande, tão indescritível, tão impensável. Eu penso neles, mas penso também nos outros, os menos agradáveis, os rudes e destruidores, aqueles que te devoram por dentro cada vez que o teu pensamento recai neles. Porquê cair na tentação do amor se este está tão cruelmente envenenado? Por mais bonito que seja o seu início, acaba por te corroer até chegar ao ponto de não sobrar mais nada e caíres por terra sem nada a não ser aquele vazio, aquela falta de algo, de alguém.
No entanto, apesar de toda esta imensa face negra do amor, nós caímos (quase literalmente) de amores por aquela pessoa que nos sabe colocar, não só um sorriso na cara, como a felicidade na alma. Depois de teres sentido na pele, uma e outra vez, o que é estar sozinho, e até por vezes dares graças aos deuses por assim ser, (re)aprendes a estar com alguém. É aí. É literalmente que percebes que nunca é igual. Começas então a descobrir um novo amor, compreendes que não há apenas um, e que cada um te ensina mil e uma coisas diferentes e novas, essas que irás carregar contigo para o próximo, e para o outro, até chegar o momento em que estás preparado para atracar de vez e dar um laço inquebrável. É, finalmente, aqui que tu aprendes o verdadeiro significado da palavra amor. Mas, até lá, lamento informar que, provavelmente, ainda vais ter de viver uma vida inteira.

sábado, 15 de janeiro de 2011

Preciso de...

Uma caixa. Era tudo o que precisava agora. Apenas teria de ser uma na qual conseguisse pôr todos os meus sentimentos dentro, para depois fechá-la a sete chaves, pôr num cantinho do meu quarto e a esquecer durante uns tempos.
Uma simples caixa capaz de suportar estas irracionais emoções que perturbam a minha racionalização.
É assim tão difícil? É uma caixa…

domingo, 9 de janeiro de 2011

P.S.

                Acho que nunca um filme tinha mexido tanto comigo, mesmo depois de o ter visto já várias vezes, toda a história, o enredo do início ao fim, mantém-me colado ao ecrã e, quando a rapariga do bar diz aquelas palavrinhas no fim, a vontade de revê-lo uma e outra vez continua cá.
                É uma verdadeira lição de vida, seja por perder alguém que nos é querido ou simplesmente porque esse alguém nos vira as costas e nos deixa sozinhos, de novo. E quando isso acontece não há outra opção a não ser seguir em frente, agarrarmo-nos ao que ainda temos e lutar por sobreviver, por mantermo-nos à superfície, mesmo que nos pareça impossível, não é, só temos que nos prender a algo, encontrar um motivo que faça valer a pena, porque ele está lá, só temos de procurar melhor.
                Uma das mensagens que este filme me deixa é que por mais perdidos, sozinhos e completamente sem rumo que nos possamos sentir somos capazes de conseguir encontrar o caminho de volta à estabilidade, aos sorrisos e gargalhadas. Pode ser um longo caminho, e muito penoso, mas o final dele reserva-nos a melhor compensação de todas: a felicidade.


P.S. Guess what…

sábado, 8 de janeiro de 2011

Growing up


“(…) how you hurt me and you don't see it
Again I am the child

(…)
And it's not pretty the way you criticize me
And how it breaks my heart
(…)

How I wish you knew, how much I need you
I feel like running but I can't abandon you
You avoid my gaze, withdraw from me these days
You punish me for trying to be all that you wanted
What more can I do?


And though you tell me that you love me
I can't feel it and I'm afraid to let you down 
(…)”
As decepções são importantes na nossa vida, são elas que nos fazem crescer.

Rituais e coisas

Rituais. Todos os temos, uns mais que outros. Alguns muito fiéis aos seus, outros nem tanto. Eu não dispenso os meus rituais. Por mais pequenos, insignificantes e parvos que sejam não deixo de os cumprir. Já nem é porque quero, mas faz parte do meu ser, já está gravado. Seja quando estou a sair de casa e volto ao meu quarto para verificar não sei quantas vezes se tenho tudo, seja pelo simples facto de que gosto de guardar certos objectos aparentemente sem importância. Bilhetes de cinema, comboio, até de autocarro. Guardo-os porque fizeram parte de algum momento da minha vida que gosto de recordar.
Adoro a fracção de segundo em que reencontro esses objectos guardados na minha desarrumação e me vem de imediato ao pensamento a memória daquele passado. Tenho outros, como pulseiras, que não me deixam esquecer que tenho alguém sempre que precisar de ajuda, e com as quais já vivi tantos e bons momentos. Uma delas em particular, não só representa a amizade que permanece e cresce todos os dias, como representa o único motivo que me faz querer recordar o Verão que passou.
Não tenho rituais delimitados, se me perguntassem quais possuo não me lembraria nem de metade, pois nasceram quase ao mesmo tempo que eu, são-me demasiado familiares. São tradições que eu próprio criei só para mim e das quais não faria sentido abrir mão.

domingo, 2 de janeiro de 2011

(Des)Conforto


Acabou mais um. Mais um ano repleto de sorrisos e lágrimas, amores e desamores, ilusões e desilusões, conquistas e perdas, preenchido de momentos únicos e irrecuperáveis, 365 dias que agora não passam de memórias. Mas sem demora chega outro, completamente novo e à espera de ser recheado com novos momentos, novos locais, novas pessoas, novas amizades e amores, e mais umas quantas desilusões.
Acredito que é comum esperar algo melhor, menos tristezas e mais alegrias. Eu espero isso mesmo. Mas de que me vale a esperança? Não me traz nada, a não ser um pouco de conforto. Expectativas? Não as tenho, o sofrimento depois da desilusão é bem maior. Tenho consciência que depende apenas de mim e da minha vontade. Mas a verdade é que falho sempre na vontade. Deveria aproveitar esta transição para traçar novos objectivos, reforçar a minha força de vontade, lutar pelo que quero. E, para além do que eu já tenho, o que quero eu? Manter o que tenho de bom, expulsar todo a negatividade da minha vida. É claro que não quero viver um “felizes para sempre”, não quero uma vida facilitada. Afinal, que piada teria uma vida sem lutas? É na conquista, no fim da batalha, que experimentamos uma das melhores emoções, a sensação de que todo o esforço feito valeu a pena. Mas, para isso, é preciso que haja vontade para enfrentar o que quer que seja que atravesse o nosso caminho e nos tente derrubar.
Confesso continuar sem objectivos concretos traçados. Isso talvez me impeça de lutar, porque não tenho objectivamente nada por que lutar, mas essa é uma aparente defesa contra as decepções. Sinto-me um bocado perdido, ainda sem me conhecer totalmente, sem totais certezas. Continuo à espera do momento em que as dúvidas irão desaparecer, em que vou ter certezas sobre o que quero e sobre o que é melhor para mim. Mas quem é que eu quero enganar? As dúvidas é que serão sempre certas, nunca irei saber exactamente qual é o melhor caminho para mim porque todos são incertos. E neste campo estamos todos no mesmo barco, mesmo estando sozinhos, pois ninguém vai lutar no teu lugar, ninguém vai traçar os teus objectivos ou delinear o teu caminho.
Tenho plena noção que é crucial abrir os olhos, deixar a estúpida ideia de que se deixar andar tudo vai correr bem e que o destino eventualmente levar-me-á onde é suposto. Habituei-me à minha zona de conforto, deixando-me levar pela corrente. Mas isto não é viver a vida, é desperdiçá-la. As oportunidades vão morrendo, portanto este talvez seja um bom momento para abandonar o conforto e arriscar.