segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Nothing here for me



Nada mais me prende aqui.
Preciso de partir, de conhecer novos lugares, novas pessoas e novas ideias.
Mas, e depois? Qual o intuito de partir se, uma vez chegado ao novo lugar, tudo se tornará familiar? Devo tornar a minha vida numa constante de partidas até conhecer um local que me agrade o suficiente? Mas, o problema não são as pessoas? Os seus preconceitos, os repetidos julgamentos? Não são elas que tornam o local inabitável, que nos compelem a partir? Não serão as desilusões, discussões e zangas que nos levam ao limite da exaustação, da paciência?
Se assim for, o problema está em todo o lado. Para onde quer que vá, terei de lidar com alguém que me impelirá a querer partir. A resposta é, então, virar as costas? Confesso que, com o decorrer do tempo, se vai tornando a minha (única) solução. Porque, sinceramente, o cansaço começa a pesar e a roubar-me toda a vontade de enfrentar qualquer problema que tenha de enfrentar aqui.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

No lights in the city.

A cidade sufoca-me. O ar torna-se mais irrespirável do que é habitual.
Os dias repetem-se, as semanas são sempre iguais. As noites são frias e chuvosas, o ar sempre poluído. A rotina asfixia todo o meu ser. Os mesmos locais, as mesmas pessoas, as mesmas palavras e acções aborrecem-me.
O estado de fadiga é tal que força nenhuma resta para partir. Resigno-me ao enclausuramento do meu quarto. E, por vezes, é o que me basta, o silêncio daquele espaço vazio, porque nem uma doce palavra possui a capacidade de me consolar.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Emptiness


Já lutei, já chorei, já sorri por ti. Tudo a teu lado, a maior parte do tempo. Sabia que, quando afastado de ti, pouco teria de esperar para te ter de novo nos meus braços. Isso reconfortava-me em todos os momentos solitários.
Agora o tempo passa e os meus braços permanecem vazios, sós. Ninguém os preenche. Nada o consegue.
O meu consciente berra-me este vazio aos ouvidos. Perturba-me.
No entanto, já me é algo tão natural, quase indiferente. Caminhamos lado a lado a tempo inteiro que me esqueço, por vezes, que lá (não) está.
O que mais incomoda é o impasse, o não saber ou, quiçá pior, o saber que algo pode ser feito, mas que não resta energia suficiente para reagir. Isto corrói, destrói, mata.
Perco-me no tempo a pensar, a torturar-me mais um pouco com possíveis, mas apenas imaginárias, situações futuras. Uma das minhas características mais distorcidas, um auto-martírio infligido por pensamentos absurdos sobre acontecimentos improváveis.
As palavras esgotam-se, as opções aparentam ser todas nefastas. Pouco consigo dizer, ou escrever, e quase nada fazer.
Morro por dentro a cada dia, e já nenhuma importância lhe dou. O cansaço leva-me a ficar sentado, à espera. De quê? De nada, talvez. Nem sempre esperar é alcançar.