segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Rambling


Já chegaste a um ponto na tua vida onde, depois de tanta mentira e desilusão, não consegues confiar em ninguém, nem mesmo em ti próprio? Quero dizer, com tanta bagagem que carregas, como é suposto acreditar que alguém consegue ser melhor do que aquilo que tens conhecido até então?
Privas-te de sentimentos. Rezas para que o coração não te traia e te leve para o abismo outra vez, o fall in love que acaba sempre em lágrimas. Porque depois de tantas cicatrizes sabes que, eventualmente, no final dessa queda por amor vais acabar despenhado e destruído.
Mas conheces alguém. Alguém que te faz sorrir, com quem gostas de estar, que parece diferente. Começas a sentir a necessidade de estar com essa pessoa, de vê-la uma e outra vez, de conversar horas e mais horas com ela. Cais e deixas-te cair.
“Porque não? Poderá funcionar, poderá ser ela”, pensas.
E funciona, sim. Ela traz-te alegria! Todos os dias vais dormir com um sorriso, porque sabes que tens alguém do outro lado e todos os dias tens um grande e incrível motivo para te levantares.
O problema é que precisas de mais e mais. Não por uma questão de egoísmo mas porque precisas de provas em como ela é diferente, precisas de saber que podes confiar outra vez em alguém, desta vez sem te magoar. Todos os dias. A necessidade de saber que és tu e apenas tu que ela ama e com quem quer estar. Que és tu a sua prioridade. E não acaba por ser essa a “função” de quem proclama o seu amor por outra pessoa? Todos os dias mostrar que está lá, que és tu o seu número um. Porque, se for para dar provas de amor de vez em quando, qualquer pessoa entra na tua vida ou vice-versa e quando lhe der na cabeça “Aqui está uma prova romântica!”. Isso é o que faço pela minha melhor amiga, pelos meus amigos: nem sempre falamos, nem sempre fazemos coisas especiais ou sabemos tudo sobre a vida de cada um, mas sabemos sempre que lá estão para ti e tu aqui para eles, seja para o que for.
Sim, sou bastante exigente. Demasiado, estupidamente exagerado. Mas quem me ama, ou aceita e prova que quer aqui estar todos os dias, ou não tem outra opção senão seguir em frente.

1 comentário:

  1. Se precisas de provas, então não é amor. Ou pelo menos não é verdadeiro. Porque o amor não é exigente, sabes? O sentimento em si só existe, só está lá, puro, forte e consistente.

    Se mereces o amor de alguém ao ponto de ter esse alguém estar ao teu lado, para quê provas e provas constantes? O amor por si só não chega?

    E este constante pisar e repisar da relação não será injusto para a outra metade, não será desgastante? Será que tu também não precisas de provar o teu amor, amando simplesmente sem pedidos ou exigências?

    E mais, poderemos nós fazer de uma relação um termo de comparação para outra? Como uma etapa a superar ou um nível? Será justo exigir a um que seja melhor que o outro (anterior)? Em que medidas pode alguém ser melhor, ou pior?

    Numa relação eu quero ser igual a mim mesma, não quero ser melhor para ti ou melhor que alguém, mas sim apenas eu... Porque um relacionamento é o culminar de um gosto, de um gosto que nasce de mim por ti e de ti por mim, com todas as nossas qualidades e com todos os nossos defeitos.

    As relações não deveriam ser complicadas pois o amor, esse, não o é. Nós é que as tornamos (e o tornamos, consequentemente). Se uma relação toma dois, então não à lugar para egoísmos. Se não somos capazes de abdicar de nós, o melhor mesmo é seguir em frente.

    ResponderEliminar