Quando foi que a
deixaste escapar? Quem ta roubou? O que ta roubou? E, quando é que abriste os
olhos e viste que a tinhas esquecido no passado?
Agora, que olhas
para trás e revives pelas tuas memórias tantos daqueles momentos, sentes-te um
pouco idiota por outrora pensar que aquilo
não era felicidade, aquilo não era o
melhor que poderias ter. E se, por mero e mísero acaso, foi? Porque, o que
sentes agora é que, a vida te consome, todos os dias um bocadinho mais, e em
moeda alguma te paga. Todos os dias rouba-te um pouco mais do que já não sentes
ter.
O ideal de
felicidade que esperavas que chegasse um dia é, provavelmente, passado. Mas,
por tão focado que te manténs no futuro, deixaste-o escapar sem saborear, como
quem come a correr e mal mastiga, privando-se quase do verdadeiro sabor da
comida que é, afinal, o autêntico prazer.
Resta-te, então, a
vida. Oferecer, dia-a-dia, mais de ti. Cansar-te. Gastar-te. Viver para
morrer. Isto quando te esqueces de andar e saborear em vez de correr. E, só
depois de o momento passar é que a epifania se dá. Tarde demais, sempre.
Subscrevo absolutamente.
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