–
O quê?
–
O que tens vindo a esconder.
–
Não estou a esconder nada!
Os
seus olhos estavam muito sérios. Mas depressa se adoçaram com o olhar perplexo
da rapariga.
–
Estás a fazer aquilo de novo…
–
O quê? – perguntou ele, soltando uma leve gargalhada.
–
A fazer esse olhar…e esse sorriso.
–
Sabes o efeito que sempre causaste em mim.
–
Sei. Sempre soube.
–
Mas continuas a esconder…
–
O quê?!
–
O que sentes. O que sempre sentiste.
–
Arrependo-me todos os dias…deverias saber.
–
Não tive outra opção a não ser seguir em frente…
A
cara dela ia se tornando cada vez mais triste. Com as lágrimas já nos olhos, suspirou
– Eu nunca te larguei. Nunca te deixei partir de verdade.
Ele
manteve-se calado. O seu sorriso foi se apagando com as palavras da rapariga e
os seus olhos tornaram-se amargurados.
Ela
insistiu uma última vez – É demasiado tarde, não é? – uma lágrima derramou pela
sua face.