Sabes o que não é justo? Entrares e saíres da minha vida como se nada fosse. Nunca te pedi nada, muito menos palavras e gestos doces, cativantes, afectuosos. Destabilizaste tudo. Viraste tudo avesso, viraste as costas e deixaste-me afundar. Roubaste-me todas as palavras, roubaste-me tempo, sentimentos e emoções. Deste-me uma rotina, fizeste-me querer, desejar, fizeste-me pensar que também precisava daquilo. Deste-me dúvidas, ansiedade, desespero, trouxeste o medo de volta. Envenenaste tudo. E, mais uma vez, tenho de me recompor, recuperar o equilíbrio que tinha antes de invadires a minha vida. Tenho de fingir que não me importo, que me é indiferente, que sou superior, que ultrapassei tudo num abrir e fechar de olhos. Vou ter de sorrir, mostrar-me contente, falar alegremente, usar de novo esta máscara.
Mas agradeço-te. Por breves momentos pude apreciar um leve cheirinho do que é sentir.
está fantástico, é mais, muito mais do que inevitável identificarmo-nos com isto.
ResponderEliminaràs vezes pergunto-me se será melhor usar essa tal máscara ou deixar sair tudo mesmo que isso implique chorar. ainda não tenho resposta.
beijinho, catarina martins
No fim de tudo, meu caro afilhado, o melhor que podes retirar de qualquer acontecimento (mesmo que envenenado) são as sensações que tiras e as aprendizagens. Aos poucos, esta máscara que tanto usamos desaparece naturalmente. Como se fosse uma leve brisa que a retira. Entendes-me?
ResponderEliminarIsso é o melhor.