Nada mais me prende aqui.
Preciso de partir,
de conhecer novos lugares, novas pessoas e novas ideias.
Mas, e depois? Qual o
intuito de partir se, uma vez chegado ao novo
lugar, tudo se tornará familiar? Devo tornar a minha vida numa constante de
partidas até conhecer um local que me agrade o suficiente? Mas, o problema não são
as pessoas? Os seus preconceitos, os repetidos julgamentos? Não são elas que
tornam o local inabitável, que nos compelem a partir? Não serão as desilusões,
discussões e zangas que nos levam ao limite da exaustação, da paciência?
Se assim for, o
problema está em todo o lado. Para onde quer que vá, terei de lidar com alguém
que me impelirá a querer partir. A resposta é, então, virar as costas? Confesso
que, com o decorrer do tempo, se vai tornando a minha (única) solução. Porque, sinceramente, o cansaço começa a
pesar e a roubar-me toda a vontade de enfrentar qualquer problema que tenha de
enfrentar aqui.